Plano de aula: Atividade diagnóstica de interpretação de texto e gramática - Crônica: Emergência
Tema: Atividade diagnóstica de interpretação de texto e gramática |
Objetivos de
Aprendizagem: · Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, de assombração etc.) e crônicas. ·
Ler com fluência os diferentes gêneros textuais
considerando as sequências tipológicas. ·
Localizar informações explícitas em diferentes textos. · Inferir informações implícitas e explícitas em diferentes gêneros textuais. |
Desenvolvimento/Procedimentos Metodológicos: Hoje vamos fazer uma
atividade técnica de leitura e interpretação de texto. Como texto sugiro uma
crônica muito interessante do autor Luiz Fernando Veríssimo chamada
Emergência. Esta crônica tem uma abordagem de humor que precisa
ser observada pelos alunos e trabalhada com zelo para que as crianças
entendam o que o autor quer abordar no texto. A crônica narrativa corresponde
a uma forma de contar histórias com o foco nos acontecimentos do cotidiano.
A leitura deve ser a atividade central
das aulas de Língua Portuguesa nas suas diversas modalidades e objetivos que
favoreçam a fluência leitora e a compreensão dos textos. ·
Qual o título do texto? ·
Por que o texto tem esse título? ·
Qual tipo de texto acabamos de ler? ·
Qual o personagem principal? Como descobrimos isso? ·
Que tipo de narrador, temos na crônica Emergência? ·
Como se comporta o passageiro durante o voo? ·
Como é o voo do avião para todos os passageiros e a
tripulação? ·
Durante o voo, o passageiro permanece muito nervoso,
havendo um momento em que ele perde o controle. Qual é esse momento? ·
O texto é engraçado? A atividade deverá ser recolhida para correção diagnóstica e devolutiva. |
Recursos/Materiais: Lápis, borracha, folha A4, piloto, lousa. |
Avaliação: A
avaliação deve ser conduzida como uma parte do processo ensino e
aprendizagem, considerando abordagens tanto do ponto de vista quantitativo
como qualitativo, buscando o diagnóstico das dificuldades e dos progressos no
processo educativo, como forma de engajar o aluno na rota da aprendizagem,
através de diferentes formas de avaliar saberes e competências pelos alunos. |
Referências: http://profhelena4e5ano.blogspot.com/2010/11/orientacoes-para-producao-de-texto.html https://www.youtube.com/watch?v=Qah79XCucAs |
Crônica:
Emergência Luís Fernando Veríssimo É fácil identificar o passageiro de
primeira viagem. É o que já entra no avião desconfiado. O cumprimento da
aeromoça, na porta do avião, já é um desafio para a sua compreensão. – Bom-dia... – Como assim? Ele faz questão de sentar num banco
de corredor, perto da porta. Para ser o primeiro a sair no caso de alguma
coisa dar errado. Tem dificuldade com o cinto de segurança. Não consegue
atá-lo. Confidencia para o passageiro ao seu lado: — Não encontro o buraquinho. Não tem
buraquinho? Acaba esquecendo a fivela e dando um
nó no cinto. Comenta, com um falso riso descontraído: "Até aqui, tudo
bem." O passageiro ao lado explica que o avião ainda está parado, mas
ele não ouve. A aeromoça vem lhe oferecer um jornal, mas ele recusa. — Obrigado. Não bebo. Quando o avião começa a correr pela
pista antes de levantar voo, ele é aquele com os olhos arregalados e a
expressão de Santa Mãe do Céu! no rosto. Com o avião no ar, dá uma espiada
pela janela e se arrepende. É a última espiada que dará pela janela. Mas o
pior está por vir. De repente, ele ouve uma misteriosa voz descarnada. Olha
para todos os lados para descobrir de onde sai a voz. "Senhores
passageiros, sua atenção, por favor. A seguir, nosso pessoal de bordo fará
uma demonstração de rotina do sistema de segurança deste aparelho. Há saídas
de emergência na frente, nos dois lados e atrás." — Emergência? Que emergência? Quando
eu comprei a passagem ninguém falou nada em emergência. Olha, o meu é sem
emergência. Uma das aeromoças, de pé ao seu lado,
tenta acalmá-lo. – Isto é apenas rotina, cavalheiro. – Odeio a rotina. Aposto que você diz
isso para todos. Ai, meu santo. "No caso de despressurização da
cabina, máscaras de oxigênio cairão automaticamente de seus
compartimentos." — Que história é essa? Que
despressurização? Que cabina? "Puxe a máscara em sua direção.
Isto acionará o suprimento de oxigênio. Coloque a máscara sobre o rosto e
respire normalmente." — Respirar normalmente?! A cabina
despressurizada, máscaras de oxigênio caindo sobre nossas cabeças — e ele
quer que a gente respire normalmente. "Em caso de pouso forçado na
água..." — O quê?!" ...os assentos de suas cadeiras são
flutuantes e podem ser levados para fora do aparelho e..." — Essa não! Bancos flutuantes, não!
Tudo, menos bancos flutuantes! – Calma, cavalheiro. – Eu desisto! Parem este troço que eu
vou descer. Onde é a cordinha? Parem! – Cavalheiro, por favor. Fique calmo. – Eu estou calmo. Calmíssimo. Você é
que está nervosa e, não sei por quê, está tentando arrancar as minhas mãos do
pescoço deste cavalheiro ao meu lado. Que, aliás, também parece consternado e
levemente azul. – Calma! Isso. Pronto. Fique
tranquilo. Não vai acontecer nada. – Só não quero mais ouvir falar em banco
flutuante. – Certo. Ninguém mais vai falar em
banco flutuante. Ele se vira para o passageiro ao lado,
que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas. Perdeu a
cabeça. — É que banco flutuante é demais.
Imagine só. Todo mundo flutuando sentado. Fazendo sala no meio do oceano
Atlântico! A aeromoça diz que vai lhe trazer um
calmante e aí mesmo é que ele dá um pulo: — Calmante, por quê? O que é que está
acontecendo? Vocês estão me escondendo alguma coisa! Finalmente, a muito custo, conseguem
acalmá-lo. Ele fica rígido na cadeira. Recusa tudo que lhe é oferecido. Não
quer o almoço. Pergunta se pode receber a sua comida em dinheiro. Deixa cair
a cabeça para trás e tenta dormir. Mas, a cada sacudida do avião, abre os
olhos e fica cuidando a portinha do compartimento sobre sua cabeça, de onde,
a qualquer momento, pode pular uma máscara de oxigênio e matá-lo do coração.
De repente, outra voz. Desta vez é a do comandante. — Senhores passageiros, aqui fala o
comandante Araújo. Neste momento, à nossa direita, podemos ver a cidade de... Ele pula outra vez da cadeira e grita
para a cabina do piloto: — Olha para a frente, Araújo! Olha
para a frente! Para
gostar de ler. São Paulo, Ática, 1982. v. 7. p. 52-4. Fonte: Português
– Linguagem & Participação, 5ª Série – MESQUITA, Roberto Melo/Martos,
Cloder Rivas – Ed. Saraiva, 1999, p. 173-6. |
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Atividade diagnóstica de interpretação de texto e gramática
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